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O rádio brasileiro completa 90 anos e o DRM-Brasil apresenta o DRMb, o DRM brasileiro

Há 90 anos, o dia 7 de setembro de 1922 marcou a primeira transmissão de rádio no país que ocorreu simultaneamente à exposição internacional em comemoração ao centenário da Independência do Brasil.
E hoje, dia 7 de setembro de 2012 o DRM-Brasil lança o DRMb, a proposta de padrão para o Sistema Brasileiro de Rádio Digital.

Com o apoio do professor Luiz Fernando G. Soares da PUC-Rio, criador do Ginga, está lançado o DRMb!
Segue a carta de lançamento:

*DRMb: Uma proposta de padrão para o Sistema Brasileiro de Rádio Digital*

O meio rádio tem uma função central e extremamente relevante na
comunicação local, regional e fronteiriça no Brasil e na América do Sul.
Entendida como a continuação de um processo de constante mudança de
paradigma para a comunicação, a evolução consciente do rádio (operando há
90 anos e historicamente marcando sua enorme relevância social) permitirá
um novo panorama para a troca de informações independente e autônoma, ampla
e potente, corroborando com o direito humano fundamental de liberdade de
expressão e comunicação e também com o desenvolvimento socioeconómico do
Brasil e da América do Sul. Esta quebra de paradigma que se apresenta
atualmente no processo de migração do rádio analógico para o sistema
digital precisa ser pensada no contexto da realidade geopolítica, econômica
e tecnológica em toda a sociedade na qual este desafio se apresenta.

Queremos demonstrar como o padrão DRM possui as qualidades necessárias
para o desenvolvimento aberto e adequado às necessidades brasileiras e
passível de intervenções e tecnologias desenvolvidas no país, podendo
potencializar o protagonismo brasileiro no desenvolvimento de produtos e
soluções para um rádio digital mundial em processo de adoção em várias
nações em diferentes partes do globo.

A tecnologia do padrão DRM, por ser aberta e internacionalmente
reconhecida, por ser independente de empresas detentoras de tecnologias
proprietárias (como é o caso do padrão HD Radio), por ser adaptável às
necessidades nacionais e por proporcionar a otimização do espectro
eletromagnético, é a melhor opção para o Brasil. Com a possibilidade de
pesquisas nacionais na área e a inerente transferência de tecnologia que o
sistema oferece, as possibilidades de criação de um sistema brasileiro
fundado sobre o Digital Radio Mondiale - que possui implementações
completas em software livre - é não só possível como também desejável.

Consideramos fundamental a adoção de um padrão de rádio digital que
funcione mundialmente e que permita abertura para a entrada de novos atores
nas dinâmicas da comunicação: o DRM é o único que apresenta essa proposta.
No entanto alterações compatíveis ao serviço de difusão de áudio nesse
sistema são possíveis e necessárias para o Brasil e América do Sul,
considerando a demanda existente por pesquisas e desenvolvimentos nacionais
para o rádio digital.

Na concepção da TV Digital brasileira, baseada no padrão japonês, em
função da necessidade de adaptações à realidade nacional, foi incorporada
uma plataforma de apresentação e execução de software desenvolvida para
levar interatividade à TV: o Ginga. Essa modificação do padrão japonês é
tida como a maior contribuição brasileira ao sistema de TV Digital,
permitindo que serviços públicos e privados estejam disponíveis a todos os
usuários da TV aberta, não só no Brasil mas também nos países da América do
Sul que adotaram o padrão brasileiro.

Consideramos portanto que a inclusão do Ginga ao rádio digital brasileiro
é o caminho natural no processo de integração dos sistemas de radiodifusão
do Brasil: rádio e TV.

O perfil viável do Ginga para a incorporação ao DRM segue a Recomendação ITU-T H.761
para IPTV, sendo também adotado para receptores portáteis (ABNT/NBR 15606-5) no
sistema brasileiro de TV digital. Chamado de Ginga-NCL, o sistema foi concebido e
desenvolvido inteiramente no Brasil sob coordenação do professor Luiz Fernando G.
Soares da PUC-Rio. O Ginga-NCL é livre de royalties e possui implementação de
referência gratuita e de código aberto. Ginga é também marca registrada da PUC-Rio,
que é cedida sem nenhum custo a receptores com o software.

A incorporação ao Digital Radio Mondiale permite que receptores portáteis de TV
digital one-seg compartilhem exatamente o mesmo software para o rádio digital, e
sendo o codec de áudio do DRM o mesmo da TV Digital - o AAC, teremos sistemas de
difusão interoperáveis que compartilham da mesma tecnologia, barateando o custo dos
receptores e da produção de conteúdo interativo para a radio e teledifusão
brasileira, algo que o padrão HD Radio não possibilita.

A proposta do DRM-Brasil para o padrão do Sistema Brasileiro de Rádio Digital é
portanto a incorporação do Ginga-NCL (que consiste do uso das linguagens NCL e Lua
como linguagens do middleware do rádio digital) ao DRM. Como consequência dessa
alteração no DRM, a utilização da tecnologia que possui royalties desenvolvida pela
alemã Fraunhofer Institute conhecida como “Journaline” será eliminada, barateando
os custos e fomentando tecnologia nacional. Propomos portanto, um padrão misto, que
passaria a se chamar DRMb.

Assina essa carta o DRM-Brasil.



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